quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sopro

"O meu amor não se alimenta de presença física, até porque costumo recriar a pessoa amada todos os dias. Pinto e turvo para que saia da mesmice. E quando se finda, a pessoa já não é a mesma a tempos. 
O amor por mim nunca foi monótono, sofro de delírios eternos diariamente. Esse coração quando calmo (o "quando" nesse caso troca-se por "quase nunca") soa mudo, quando em alvoroço bate latente, a nível de destroçar qualquer expectativa inexperiente de amor fictício.
Venha me amar, mas se vier pela metade ou cheio de receios, volte, mesmo que eu lhe peça, volte. Não há nada que se aproveite de um coração receoso.
Mas se vier disposto a entender o amor humanamente, peço que fique. É extraordinário quando se ama de cara limpa.
Venha me amar de alma aberta, com coragem e sem agenda. Quero um amor sem pregas, sem correntes.
Não sei se desejo que já tenha amado antes, temo corações arranhados e sempre precavidos.
Se vier, sinto que terei bagagem, sem acessórios pesados, mas sou adepta a recordações.
Peço que venha, mas revestido de paciência, nunca entendi o porquê, mas há quem julgue necessário.
Se vier, peço que se apresse.
Faço feliz em troca de sopro pro meu vazio." 


Carolinie Martins
http://www.facebook.com/carolinie.martins.3

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