Nada nesse mundo
tem mais toneladas do que a saudade, nada. Saudade é uma dor imensurável e
sufocante presente em cada hiato. É sentimento abstrato que esmaga o peito como
se fosse concreto. A saudade é a vírgula quilométrica enraizada entre dois
pontos, dos muitos textos que a vida infelizmente pausa por falta de prosa e
até pelo excesso de rosas. Saudade afia os ponteiros do relógio, transforma
poucas horas em cortes profundos, dominados por flashbacks com ardor de álcool
cuspido sobre ferida aberta, aparentemente incicatrizável. A saudade nos afoga
com as águas calmas do passado, desfoca o presente e congela o futuro como faz
o frio polar de uma nevasca. Saudade
é emoção indivisível, razão incontestável para relembrar o gosto inesquecível
daquela pessoa que mudou nossos passos, gestos e hoje, infelizmente nos
considera gasto, empoeirado. A saudade é a sombra maldita que não precisa da
luz solar para nos seguir por cada calçada da vida. Ela repousa num banco de
passageiros vazio, dorme em nossa insônia, esconde-se nos presentes que
prendemos em caixas lacradas, blindadas pelo medo de encarar as memórias boas.
Hoje somos saudades, saudade do que fomos, do que vivemos das insanidades de
todo aquele ciclo que nos envolvia VOCÊ É UMA FALTA CONSTANTE.
(E como diz
Caio)
Daqui a 50 anos
eu ainda vou saber seu nome e vou me lembrar de todas as vezes que você me fez
sorrir. Na minha memória, tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de
marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.
EU TE AMO!
Nayara Araújo