terça-feira, 20 de março de 2012

Para uma velha amiga

Minha Sá,

Eu fui andando em direção a uma velha casa hoje a noite, lembrando como era bom só chamar e poder sentar chorando declarando meus milhares de conflitos. Ainda estou meio chateada, mas acredite eu procurei alguém pra conversar e dar algumas risadas. Não pensei que acharia, e foi o que aconteceu.
Eu chorei esperando um ônibus, e senti muito medo de estar na rua tão tarde.
É porque esse tipo de coisa você não divide com um conhecido na fila do pão, você não abre em família tão pouco se apoia em quem vê do lado.
Se bem que nessas últimas horas eu juro que olhei e não vi ninguém. Quando não se tem muito, uma palavra te sustenta por mais algum período. Eu só vi mudos.
As pálpebras insistentes fecharam os olhos de quem eu mais esperei um olhar de consolo.
Ah, santa paciência. Pra esperar tanto de tão pouco.
Eu andei exageradamente e minhas pernas não sentiram absolutamente nada.
Há dois meses me tornei a pessoa mais frágil, o que nem de longe se parece com a minha  personalidade original.
Não almejo superações grandiosas, apenas uma postura humana, nada rasteira.
De  tudo, não luto mais por nada. Estou aqui, se Deus quiser me dar uma chance, ótimo, a usarei.
Desculpe os reclames noturnos, mas ainda quero aquele abraço.
E ainda quero viver!

Carolinie Martins
Omg: Caroline de Sá

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